Interceptação Telefônica e Linguagem

Conteúdo do artigo principal

Daniel Fábio Fantini

Resumo

O presente trabalho discorre sobre os aspectos linguísticos inerentes ao conteúdo das interceptações telefônicas. Neste prisma, tendo em vista os estudos sobre a linguagem, aborda-se o assunto pela dimensão pragmática, considerando a sua aplicação empírica. Em que pese as dificuldades de sistematização de uma abordagem
teórica sobre o uso da linguagem, as teorias dos atos de fala e dos atos de fala indiretos, elaboradas por John L. Austin e John Searle, respectivamente, oferecem soluções adequadas para explicar os fenômenos linguísticos relativos às conversas mantidas entre possíveis autores de crime, interceptadas no bojo da investigação criminal. As teorias mencionadas fornecem instrumental teórico aos investigadores para que possam interpretar, apropriadamente, quais os significados das palavras
captadas nas conversas interceptadas conforme o seu uso. No caso, ao destacarem que o “dizer algo” é, ao mesmo tempo, “fazer algo”, revelam que a linguagem captada
pode ser melhor compreendida quando se analisam as forças ilocucionárias que regem os atos de fala da comunicação. Por fim, a teoria dos atos de fala indiretos fornece alguns elementos que possibilitam a compreensão de atos de fala que possuem mais de uma força ilocucionária, um explícito e outro implícito, facilitando o entendimento das conversas captadas, mesmo que estas se utilizem de expressões
codificadas, gírias ou mensagens cifradas, como corriqueiramente são utilizadas pelos autores de crimes.

Detalhes do artigo

Como Citar
Interceptação Telefônica e Linguagem. Revista Brasileira de Ciências Policiais, Brasília, Brasil, v. 3, n. 1, p. 11–25, 2013. DOI: 10.31412/rbcp.v3i1.39. Disponível em: https://periodicos.pf.gov.br/index.php/RBCP/article/view/39.. Acesso em: 22 dez. 2024.
Seção
Artigos
Biografia do Autor

Daniel Fábio Fantini, Departamento de Polícia Federal - DPF

O autor é Delegado de Polícia Federal, chefe substituto da Delegacia de Polícia Federal em Divinópolis/MG, bacharel em direito pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG e aluno do Curso de Especialização em Ciência Policial e Investigação Criminal - 2010/2011 oferecido pela ANP/DPF. No Departamento de Polícia Federal já ocupou as chefias de Repressão ao Tráfico de Armas, de Imigração e de Defesa Institucional.

Como Citar

Interceptação Telefônica e Linguagem. Revista Brasileira de Ciências Policiais, Brasília, Brasil, v. 3, n. 1, p. 11–25, 2013. DOI: 10.31412/rbcp.v3i1.39. Disponível em: https://periodicos.pf.gov.br/index.php/RBCP/article/view/39.. Acesso em: 22 dez. 2024.