O dogma dos 12 pontos na perícia papiloscópica contextos históricos e fundamentos probabilísticos

Contenu principal de l'article

Gabriel Angelo da Silva Gomes
Clemil José de Araujo
Raul Yukihiro Matsushita

Résumé

Durante o XVI Congresso Brasileiro de Identificação Humana, realizado de 13 a 15 de junho de 2024, no Rio de Janeiro, o autor proferiu a palestra intitulada “O Dogma dos 12 Pontos e a Posição do Brasil em Relação ao Restante do Mundo em Confronto de Impressões Digitais Latentes”. A palestra esclareceu a curiosidade da comunidade brasileira de identificação papiloscópica sobre a origem da regra dos 12 pontos característicos, amplamente utilizada no Brasil e em outras nações. Com base em Ulery et al. (2013, citado em FARELO, 2012), uma pesquisa da INTERPOL de 2011 revelou que 44 de 73 países empregam um critério numérico para pontos característicos, dos quais 24 exigem um mínimo de 12 minúcias. No Congresso, uma pesquisa realizada entre 91 participantes de diferentes órgãos de identificação brasileiros revelou que apenas 41,76% alegaram ter conhecimento da origem da regra dos 12 pontos, e desse percentual, apenas 10,53% responderam corretamente. Considerada um dogma na identificação forense, a regra dos 12 pontos é amplamente aceita como um padrão, embora suas origens e justificativas não sejam razoavelmente conhecidas, pelo menos no Brasil. Este artigo tem como objetivo preencher essa lacuna de conhecimento, investigando fontes primárias e publicações históricas que estabeleceram os primeiros critérios para a identificação de impressões digitais, revelando o papel significativo desempenhado por um brasileiro no desenvolvimento da regra dos 12 pontos.

Renseignements sur l'article

Comment citer
O dogma dos 12 pontos na perícia papiloscópica: contextos históricos e fundamentos probabilísticos. Revue Brésilienne des Sciences Policières, Brasília, Brasil, v. 15, n. 2, p. 143–166, 2025. DOI: 10.31412/51xj4w38. Disponível em: https://periodicos.pf.gov.br/index.php/RBCP/article/view/4689.. Acesso em: 26 avr. 2025.
Rubrique
Dossiê

Comment citer

O dogma dos 12 pontos na perícia papiloscópica: contextos históricos e fundamentos probabilísticos. Revue Brésilienne des Sciences Policières, Brasília, Brasil, v. 15, n. 2, p. 143–166, 2025. DOI: 10.31412/51xj4w38. Disponível em: https://periodicos.pf.gov.br/index.php/RBCP/article/view/4689.. Acesso em: 26 avr. 2025.

Références

ABRAHAM, Joshua. Statistical models for the support of forensic fingerprint identifications. 2017. 240 p. Tese (Doutorado em Ciências Forenses) – Centre for Forensic Science, University of Technology Sydney, Sydney, 2017.

ASHBAUGH, D. R. Quantitative-Qualitative Friction Ridge Analysis: An Introduction to Basic and Advanced Ridgeology. Boca Raton, FL: CRC Press, 1999.

BALTHAZARD, V. De l’identification par les empreintes digitales. Comptes Rendus des Académies des Sciences, v. 152, p. 1862–1864, 1911.

BARNES, Jeffrey G. History. In: Mc ROBERTS, Allan (Org.). The Fingerprint Sourcebook. Capítulo 1, p. 1-1 a 1-20. Washington, D.C.: U.S. Department of Justice, 2011.

CHAMPOD, C.; LENNARD, C. J.; MARGOT, P.; STOILOVIC, M. Fingerprints and Other Ridge Skin Impressions. 2. ed. Boca Raton: CRC Press, 2016.

CUMMINS, Harold; MIDLO, Charles. Finger Prints, Palms and Soles: An Introduction to Dermatoglyphics. Philadelphia: Blakiston Company, 1943.

EVETT, I. W.; WILLIAMS, R. A review of the sixteen points fingerprint standard in England and Wales. Journal of Forensic Identification, v. 46, p. 49-73, 1996.

FARELO, A. Fingerprints Survey 2011. Apresentação no 7th International Symposium on Fingerprints, Lyon, França, abril de 2011.

GALTON, F. Fingerprints. London, U.K.: Macmillan Co, 1892.

GUPTA, S. R. Statistical survey of ridge characteristics. International Criminal Police Review, v. 218, p. 130-134, 1968.

INSTITUTO NACIONAL DE IDENTIFICAÇÃO - INI (Brasil). Manual de Identificação Papiloscópica. Brasília: Polícia Federal, 1987.

KINGSTON, C. R.; KIRK, P. L. Historical development and evaluation of the “12 point rule” in fingerprint identification. International Criminal Police Review, v. 20, n. 186, p. 62-69, 1965.

KUHN, Thomas. A função do dogma na investigação científica / Thomas Kuhn; organizador: Eduardo Salles O. Barra; tradução: Jorge Dias de Deus. Curitiba: UFPR. SCHLA, 2012. 65 p. – (Traduzindo: Textos filosóficos na sala de aula).

LANGENBURG, Glenn. Scientific research supporting the foundations of friction ridge examinations. In: McROBERTS, Allan (Org.). The Fingerprint Sourcebook. Cap. 14, p. 14-1 a 14-31. Washington, D.C.: National Institute of Justice, Office of Justice Programs, U.S. Department of Justice, 2011.

LOCARD, E. La preuve judiciaire par les empreintes digitales. Archives d’anthropologie criminelle, de médecine légale et de psychologie normale et pathologique, v. 29, p. 321–348, 1914.

NATIONAL LIBRARY OF MEDICINE. Juan Vucetich and the origins of forensic fingerprinting. Disponível em: https://www.nlm.nih.gov/exhibition/visibleproofs/galleries/cases/vucetich.html. Acesso em: 13 jul. 2024.

PANKANTI, S.; PRABHAKAR, Salil; JAIN, Anil. On the Individuality of Fingerprints. IEEE Transactions on Pattern Analysis and Machine Intelligence, v. 24, p. 1010-1025, 2002. DOI: 10.1109/TPAMI.2002.1023799.

PEARSON, K. The Life, Letters and Labours of Francis Galton. Vol. 3A, Cap. 15. London: Cambridge University Press, 1930.

RAMOS, G. Da Identificação. Tese apresentada à Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, Brasil, 1906.

STONEY, David A. Measurement of Fingerprint Individuality. In: LEE, Henry C.; GAENSSLEN, R. E. (Ed.). Advances in Fingerprint Technology. 2. ed. Boca Raton: CRC Press LLC, 2001. p. 123-145. Capítulo 9.

ULERY, B. T.; HICKLIN, R. A.; ROBERTS, M. A.; BUSCAGLIA, J. Measuring what latent fingerprint examiners consider sufficient information for individualization determinations. PLoS One, v. 9, n. 11, p. e110179, 5 nov. 2014. doi: 10.1371/journal.pone.0110179. Erratum em: PLoS One, v. 10, n. 2, p. e0118172, 6 fev. 2015. doi: 10.1371/journal.pone.0118172. PMID: 25372036; PMCID: PMC4221158.

VUCETICH, Juan. Dactiloscopía comparada: el nuevo sistema argentino. Trabalho apresentado no 2º Congresso Médico Latino-Americano, Buenos Aires, 3-10 de abril de 1904. La Plata: Jacobo Peuser, 1904.

WILDER, H. H.; WENTWORTH, B. Personal Identification. Boston: The Gorham Press, 1918.

WINDT, K.; KODICEK, S. Daktyloskopie: Verwertung von Fingerabdrucken zu Identifizierungszwecken. 1904. Reimpresso por Kessinger Publishing, 2010.

XAVIER DA SILVA. Dactyloscopia. Lisboa: Tipografia Universal, 1905.

Articles similaires

Vous pouvez également Lancer une recherche avancée d’articles similaires à cet article.

Articles les plus lus du,de la,des même-s auteur-e-s